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Curta-metragem ‘Nunca Estarei Lá’ entra em fase de pós-produção

 



Segunda produção cinematográfica a ser financiada com recursos da Lei de Incentivo à Cultura de Mogi das Cruzes, ‘Nunca Estarei Lá’ está em fase de pós-produção. Com o lançamento previsto para abril de 2022, vale conhecer todas as etapas deste projeto, que aborda a tecnologia e a comunicação digital, a igualdade racial e de gênero, e também questões políticas.

Tudo começou em 2016, quando o diretor – Rodrigo Campos, premiado internacionalmente pelo documentário ‘Serráqueos’ – estava no curso de cinema. Uma aula sobre roteiro o instigou a trabalhar um tema muito em voga naquele momento: fake news. Além do cenário nacional, que já tinha muitas notícias falsas, este assunto era objeto de discussões em todo o mundo.

Nessa época, Rodrigo estava envolvido com uma campanha política, em Mogi das Cruzes. Uma das pessoas que integrava a equipe “possuía a identidade de um perfil fake”, e se escondia atrás daquele personagem para se sentir mais aceito no mundo virtual. Estava aí a inspiração para o filme (leia sinopse abaixo).

Enquanto arquitetava as primeiras linhas da história, explodiu no Brasil uma campanha similar àquela vista no estrangeiro. “Com a eleição de 2018 para presidente, veio o ódio super exacerbado, e a questão do fake voltou à tona com muita força”, avalia o diretor, que buscou a ajuda de Tomás Fleck para concluir o roteiro. 

Com o texto formatado, o projeto foi inscrito e aprovado na Lei de Incentivo à Cultura (LIC) de Mogi das Cruzes em 2019. A ideia era filmar o quanto antes, para que a finalização pudesse ser feita com calma. Mas veio a pandemia, e em fevereiro de 2020 tudo foi paralisado. “Estávamos cheios de incertezas, muita gente que estava no projeto precisou sair”.

Até novembro de 2020, as preparações eram apenas nos bastidores. Mas com a queda nos casos da Covid-19, pouco a pouco as movimentações foram retomadas, sempre com segurança. O objetivo era gravar em março de 2021, o que exigiria muita dedicação, já que, como o filme se passa em São Paulo, era necessário autorização para filmar em locais públicos, como o Parque da Aclimação, a Avenida São João e outros endereços. ‘Nunca Estarei Lá’ também precisava de um ônibus para a gravação, o que foi cedido por uma empresa de Mogi das Cruzes.

Estava tudo certo, mas em março estourou a chamada “segunda onda” da pandemia, com ainda mais casos e mortes do que antes. Novamente veio uma pausa, e então a incerteza. Mas, alguns meses depois, já com a primeira dose da vacina, a própria equipe se mobilizou para realizar o projeto, que finalmente começou a ser gravado em setembro último.

Além de garantir um cachê para todos os envolvidos, inclusive os figurantes, a verba da LIC possibilitou a utilização de um apartamento, na avenida São Luiz, na capital. O espaço era grande o bastante para abrigar três sets diferentes. Somente neste local foram 23 dias de produção.

“Pelo menos um terço da equipe técnica é formada por pessoas da Região do Alto Tietê. 60% da figuração era de Mogi e Suzano, e uns 40% de São Paulo”, conta o diretor, que deu preferência a nomes locais. “São muitos rostos e nomes conhecidos nos créditos”.

Exemplos são a fotógrafa Lethicia Galo, que cedeu o seu olhar para uma das protagonistas, a assistente de direção Renata Abreu e a designer gráfico Diana Santos. Mas o espectador mais atento poderá perceber também vozes conhecidas, ainda que não existam falas no filme. Afinal, a trilha sonora que acompanha a história é tocada e cantada por grandes artistas locais, como Valéria Custódio, Sarah Key, Nandes Castro e Khalil Magno. Em breve, mais informações sobre a música serão divulgadas nas redes sociais do projeto: @nuncaestareila.

 

Pós-produção

Atualmente, ‘Nunca Estarei Lá’ está no processo de montagem, uma das etapas mais importantes para o projeto, já que sua pós-produção inclui a inserção de efeitos visuais e minuciosa mixagem de som.

“O filme tem a questão de não ter diálogos falados. Então vamos ter que trabalhar muito agora para inserir artes e o trabalho de som que vai ambientar as pessoas na história”, explica Rodrigo Campos.

A intenção da equipe é entre fevereiro e março dar início a mixagem de som e a colorização do filme. O responsável pela finalização e artes visuais é Felipe Paixão, do Friends Group Entertainment, coletivo que tem muitos integrantes da região envolvidos no projeto. 

Ao todo, compõem o time entre 60 e 70 pessoas, desde elenco, produção, equipe técnica e outras, que auxiliaram em serviços diversos. Mas não apenas o número de envolvidos, como também a qualidade do trabalho e a rigidez dos protocolos sanitários fazem com que Rodrigo Campos acredite que esta “pode ser uma das maiores produções feitas pela cidade”. 

“Eu tinha medo de não conseguir realizar. Mas quando a gente terminou o processo de produção, eu falei para a equipe: ‘agora a gente faz qualquer coisa’, até se for um longa-metragem de ficção. Com os profissionais que temos, desde que consigamos capitalizar, a gente faz”. Confira neste link um vídeo dos bastidores, que ilustra o comprometimento de todos: https://www.instagram.com/tv/CYKRkbXodld/

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