Finalista do Pulitzer lança luz sobre a indústria do capital de risco e sua influência no mundo
A
alta global de juros básicos e a guerra na Ucrânia levaram várias das
maiores start-ups no Brasil a demitir centenas de pessoas de uma vez e a
repensar os seus modelos de negócio. Fatos que expõem as instabilidades
dessas empresas movidas pelos interesses do capital de risco — uma
“estranha tribo de financistas”, que obsessivamente procura o próximo
Google ou Apple e negocia milhões de dólares em um piscar de olhos.
Nesse
arrojado jogo para atingir grandes recompensas é esperado que a maioria
das tentativas falhem. Para ser bem-sucedido, é preciso atingir uma
escala tal que compense em muito todas as perdas. Essa desproporção
extrema entre sucesso e fracasso é a lei de potência que impulsiona todo
o setor de investimentos, desde start-ups até as grandes empresas do
Vale do Silício e do setor de tecnologia em geral.
Duas
vezes finalista do Pulitzer, Sebastian Mallaby faz uma incursão
profunda no restrito círculo desses investidores capazes de remodelar o
mundo com as suas audaciosas apostas. Em seu novo livro A lei de potência,
o renomado jornalista demonstra como as filosofias de investimento
pouco ortodoxas, estratégias inovadoras e personalidades fortes
possibilitaram a existência de produtos e serviços essenciais na
atualidade, como o e-commerce, computadores pessoais, mídias sociais,
entre muitos outros.
Ao
revelar os bastidores desse universo particular, o autor desvela a
verdade nua e crua sobre alguns dos triunfos mais emblemáticos e dos
desastres mais infames do Vale do Silício — o pouco convencional
nascimento da Apple, o carro elétrico de Elon Musk, a fraude monumental
da Theranos, e até a avalanche de dinheiro que estimulou a postura
arrogante de empresas como a WeWork e a Uber.
De
forma habilidosa e com acesso a informações privilegiadas, Sebastian
Mallaby explica a mentalidade do capital de risco. Ao refutar aqueles
que acreditam que o sucesso nessa categoria de investimentos depende
apenas da aleatoriedade, Mallaby defende a importância da habilidade dos
investidores. Afinal, eles não só fazem apostas em empresas jovens, mas
também tomam decisões importantes sobre como usar (ou estrategicamente
deixar de usar) a sua influência nos investimentos. Mesmo com
estratégias divergentes, o objetivo de qualquer investidor de risco é
fazer a empresa crescer o máximo possível.
Em
uma análise visionária, Mallaby exalta o dinamismo e a interatividade
desses financistas. “Ao forjarem conexões entre empreendedores, ideias,
clientes e capital, os investidores de risco transformam uma mera
aglomeração de pessoas inteligentes em uma rede criativa. A abordagem
tradicional do crescimento econômico precisa abrir espaço para esse
fenômeno, o qual também explica o surgimento da China como uma incrível
potência tecnológica.”
|
0 Comentários