Confira a entrevista com um dos organizadores, Escobar Franellas, que faz um balanço sobre a edição 2002 do Curta Suzano, em um bate papo com o jornalista Luis Felicio.
Mais Sobre o Evento
Melhor filme: Vazão, de Michelle Brito e Guillermo Alves (Ferraz de Vasconcelos, SP)
Nota
do júri: “Pelo conjunto da obra, desde a narrativa e temática abordada,
e a forma de conduzi-las, à escolha de planos e enquadramentos,
juntamente com a interpretação do elenco, o prêmio de Melhor Filme no
Panorama Alto Tietê é Vazão, de Michelle Brito e Guillermo Alves.”
Melhor Filme - Escolha do Público: Perdidos em Casa, de Nicolás Ignácio (Suzano, SP)
Sinopse:
“Dois irmãos tentando sobreviver à quarentena e às suas diferenças. Os
sentimentos e pensamentos pesam mais do que você acha.”
Melhor Direção: Gael Teles, Reticências (Guarulhos)
Nota
do Júri: “Um trabalho de direção que constrói um ritmo na narrativa a
partir do conjunto dos enquadramentos e aproveitamento da locação
utilizada, em harmonia com o trabalho sonoro e a escolha dos melhores
ângulos para revelar as expressões das personagens, o que valoriza o
trabalho, dando conta de dizer através das escolhas de imagem e montagem
proposta, os anseios, medos e desejos da personagem principal. A melhor
direção é de Gael Teles, em Reticências.”
Melhor Roteiro: Douglas Cordeiro, E Daí? (Suzano, SP)
Nota
do júri: “O roteiro traz uma construção que permeia o lugar de ficção e
realidade. A pandemia é um tema relevante ainda em discussão no
contexto atual, que tem atravessado a vida de muitas pessoas. A forma
como o roteiro foi produzido traz um impacto, uma emoção no espectador,
por isso o prêmio de Melhor Roteiro vai para Douglas Cordeiro, em E
Daí?.”
Melhor Montagem: Daniel Neves e Renato Queiroz, O Navio do Universo (Guarulhos, SP)
Nota
do júri: “O curta traz uma construção fílmica que foge de uma estética
comercial. O trabalho de montagem ressalta esta proposta de narrativa e
montagem experimental, que o tornam singular e relevante. Por isso, o
prêmio de Melhor Montagem vai para Daniel Neves e Renato Queiroz, em O
Navio do Universo.”
Melhor Fotografia: André Antero, Silenci(AR) (Suzano, SP)
Nota
do júri: “O desenho de luz proposto na fotografia deste filme traz um
papel de construção simbólico e também estético. A ausência e diminuição
de luz proposital em várias das cenas ressalta esse “silenciar”. O
silenciar, no lugar de apagamento, de silenciamento que pessoas LGBT
sofrem constantemente na sociedade. A partir do momento em que as velas
são acesas, o reflexo da personagem revela também suas preocupações
diante da incerteza, do medo, das dificuldades de sua vida. O melhor
desenho de iluminação e fotografia vai para André Antero, em
Silenci(AR).”
Melhor Som: Well Santos, Vazão (Ferraz de Vasconcelos, SP)
Nota
do júri: “O desenho de som deste filme traz o trabalho assertivo de
captação e mixagem, somado à trilha sonora original, que ajudam a criar e
potencializar as tensões e emoções ao longo da narrativa, merecendo o
prêmio de Melhor Som no Panorama Alto Tietê, que vai para Well Santos,
em Vazão.”
Melhor Interpretação: José Rivaldo, Silenci(AR) (Suzano, SP)
Nota
do júri: “Sua interpretação amplia a potência do filme, a partir de uma
representação gestual e expressão marcante em cena. Por isso premiamos
José Rivaldo, em Silenci(AR).”
Melhor Interpretação em Papel Coadjuvante: Vinicius Neri, Vazão (Ferraz de Vasconcelos, SP)
Nota
do júri: “Em Vazão temos uma narrativa construída a partir de três
personagens, Theo, vivido por Guilhermo Alvez, que se configura como o
personagem principal, somada às atuações de Vinícius Neri como Saulo e
Giovana Mutti como Giulia, que ajudam a produção a ter uma potência como
um todo.
A
atuação de Vinícius Neri é imprescindível para a narrativa, sendo
merecedora do prêmio de Melhor Interpretação em Papel Coadjuvante.”
Menção Honrosa: Um Artista da Fome, Moisés Pantolfi (Guarulhos, SP)
Nota
do júri: “A animação Um Artista da Fome, de Moisés Pantolfi, traz uma
construção plástica sensível à narrativa, explorando a transformação dos
traços, formas e texturas na conversão de imagens que dialogam com a
fome e miséria representadas na narrativa. O trabalho da animação é
construído a partir de uma prática e técnica meticulosa e detalhada,
sendo merecedor de uma Menção Honrosa no Panorama Alto Tietê.”
PANORAMA BRASIL
Melhor filme: Meu Nome é Maalum, Luísa Copetti (Rio de Janeiro, RJ)
Nota
do júri: “Pelo trabalho primoroso e coletivo em sua construção,
apresentando originalidade na obra e grande riqueza na narrativa, que
explora a história e ancestralidade dos povos negros, como caminho para
enfrentar e desconstruir discursos racistas. Com produção, parte da
criação e roteiro de Eduardo Lurnel e Magna Domingues, somadas à direção
geral e artística de Luisa Copetti, juntamente a toda a equipe de
produção, ilustração, animação, sonorização, montagem e elenco, fazem
com que Meu Nome é Maalum seja merecedor do prêmio de Melhor Filme no
Panorama Brasil.”
Melhor Filme - Escolha do Público: Muros da Vida, de Zoran Djordjevic (São José dos Campos, SP)
Sinopse:
“O filme registra fragmentos da ação e obra do artista plástico, Marcos
Santos, que nasceu com paralisia cerebral, teve a fala parcialmente
prejudicada, sem os movimentos dos braços e mãos, ele pinta com o pé
esquerdo e ensina as crianças de um bairro periférico e estigmatizado de
São José dos Campos, Campo dos Alemães, a pintar e levar sua arte para
os muros da cidade.”
Melhor Direção: Rodrigo Sena, Yabá (Natal, RN)
Nota
do júri: A direção deste filme traz na escolha de cenas, enquadramentos
e movimentos, a essência da narrativa, que propõe um olhar ancestral
para a cultura negra com relação à prática da pesca e também traz uma
crítica ao constante desrespeito ao meio ambiente, com a poluição dos
mares com vazamentos de óleos. O filme captura em pequenos e grandes
planos detalhes que ajudam a revelar a história e a vida das
personagens. Portanto, a Melhor Direção no Panorama Brasil do 6º Curta
Suzano vai para Rodrigo Sena, com o filme Yabá.
Melhor Roteiro: Juka Goulart, Juízo, Menino… (Rio Bonito, RJ)
Nota
do júri: “Com uma sensibilidade que toca e emociona o espectador, o
amor da narrativa traz um misto de encontro de pureza e cumplicidade
mútuas. Ao mesmo tempo em que fala sobre este amor, o roteiro dá conta
de representar a tensão e o medo dos personagens que se descobrem
apaixonados, e sentem a não aceitação e entendimento por parte da
família e da sociedade. O desfecho da história, porém, traz a vitória do
amor sobre todo e qualquer preconceito. Por isso o prêmio de Melhor
Roteiro do Panorama Brasil do 6º Curta Suzano vai para Juka Goulart com a
narrativa de Juízo, Menino….”
Melhor Montagem: Arthur Bovo, Reflexo (São Paulo, SP)
Nota
do júri: A escolha e ordem das sequências de um filme ajustadas à
melhor proposta de colorização e som costuram uma montagem sensível à
obra. Neste filme, vemos esta sensibilidade nas camadas que ligam cenas e
transições de um momento a outro da narrativa, com fluidez e
organicidade. Com um aspecto singular na narrativa que é ampliada e
revelada também na edição, o prêmio de Melhor Montagem, conduzida por
Arthur Bovo, fica para o filme “Reflexo”.
Melhor Fotografia: Victor Abaurre, A Grande Luta (Belo Horizonte, MG)
Nota
do júri: A iluminação e a fotografia são elementos importantes em uma
obra fílmica, ajudando a contar uma história. Neste filme, vemos
impressos no ritmo e sequência dos planos, ângulos e movimentos, a
tensão das lutadoras dentro do ringue. O desenho de luz do curta revela
no contraste da sombra um pouco endurecida que encobre parte do rosto da
personagem principal, com a outra parte que é iluminada e revelada aos
poucos, durante várias cenas, apresentando a personagem com forte
marcação das linhas de expressão do rosto, criando um efeito de uma
figura heroica. Por estes feitos, o prêmio de Melhor Fotografia vai para
Victor Abaurre, em “A Grande Luta”.
Melhor Som: Bernardo Uzeda, Depois Quando (R. Janeiro, RJ)
Nota
do júri: “A produção sonora em uma obra audiovisual tem um papel
importante no conjunto final, colaborando para a ambientação das cenas.
Neste filme, o trabalho dedicado ao desenho sonoro traz uma construção
detalhada que explora as minúcias de cada som, ruído, trilha; que
harmonicamente constroem a melhor mixagem neste panorama, sendo
merecedor do prêmio de Melhor Som, Bernardo Uzeda, no curta Depois
Quando.”
Melhor Interpretação: Monique Meneses, Lina (Nova Iguaçu, RJ)
Nota
do júri: A sua interpretação cria no espectador uma empatia e torcida
pela personagem, com uma atuação contagiante. Estamos falando de Monique
Meneses, como Lina.
Melhor Interpretação em Papel Coadjuvante: Mônica Maria, Eu Te Amo é No Sol (Belo Horizonte, MG)
Nota
do júri: “A interpretação dela transmite uma verdade sobre as
dificuldades que a personagem vive em um novo local, marcado pelo frio e
ausência de cor, que contagiam com certa dureza o seu jeito de ser e
viver. Portanto, o prêmio de Melhor Interpretação em Papel Coadjuvante
fica com Mônica Maria em Eu Te Amo é No Sol.”
Menção Honrosa: Quando Eu Soltar a Minha Voz, Guilherme Telles (R. Janeiro, RJ)
Nota
do júri: “Quando Eu Soltar a Minha Voz, de Guilherme Telles, é tocante.
Violência e amor contracenam. A arte compõe o cenário e o imaginário
colore de forma mágica. A música é uma poderosa artilharia. O amor
transborda na voz junto às cordas. Palmas pelo encantamento e
sensibilidade. Menção Honrosa no Panorama Brasil.”
Menção Honrosa: Madá, San Marcelo (Bragança, PA)
Nota
do júri: Madá, de San Marcelo, filme onde a mulher mostra coragem, os
empecilhos são transpostos em seu tempo, os degraus galgados. Brilhante
garra; mãe e filha se ‘escoram’ na difícil caminhada. Apoio que só
fortalece, mostra que além da doença e do desemprego, há asas. E
‘decisão’ não caracteriza abandono; só prova cuidado e amor. Menção
Honrosa no Panorama Brasil pela pertinência da história de valoração da
mulher.
Menção Honrosa: Entre Muros, de Gleison Mota (Feira de Santana, BA)
Nota
do júri: “No filme Entre Muros, de Gleison Mota, percebe-se no conjunto
da obra uma produção harmoniosa, em técnica, encenação e resultado
final. Tratando de assuntos importantes como a questão dos abismos
sociais, o racismo, os direitos humanos, sendo merecedor de Menção
Honrosa no Panorama Panorama Brasil do 6º Curta Suzano, 2022.”
Menção Honrosa: Ana Rúbia, Diego Baraldi e Íris Alves Lacerda (Rondonópolis, MT)
Nota
do júri: “Ana Rúbia”, de Diego Baraldi e Íris Alves Lacerda, retrata o
cotidiano onde o gênero não importa; a mistura das diversidades é a
força. Família, escola e igreja, dando as mãos na construção de um
sonho. Um filme de roteiro real e direção única. No papel principal, o
respeito e uma interpretação clean. Ao filme, nossos aplausos e Menção
Honrosa no Panorama Brasil do 6º Curta Suzano, 2022.”
Veja ainda o que mais rolou no Festival:
0 Comentários