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Lisbela e o prisioneiro, peça de maior sucesso de Osman Lins, ganha nova edição pelo selo Tusquets


 



 

Original de 1964, Lisbela e o prisioneiro -- texto dramático que inspirou o filme de Guel Arraes em 2003 -- retorna às livrarias em nova edição pelo selo Tusquets. Em comemoração aos 20 anos da Editora Planeta do Brasil e da estreia do longa homônimo, esta é a primeira obra dramaturga que integra o acervo de títulos do selo, permitindo ao público entrar em contato com o texto de um autor detalhista no uso da palavra e na arquitetura da peça.

 

Fruto de um meticuloso trabalho preparatório, já que Lins ingressou no curso de Dramaturgia da Escola de Belas-Artes de Recife, onde foi aluno de Joel Pontes, Hermilo Barba Filho e Ariano Suassuna, Lisbela e o prisioneiro foi a primeira obra do autor a ser encenada com retumbante sucesso e a que até hoje teve mais alcance de público. Popularizada pelo filme protagonizado por Débora Falabella e Selton Mello, a comédia romântica acompanha a história de amor de Lisbela, filha do Tenente Guedes, delegado da Cadeia de Santo Antão, e o funâmbulo Leléu, um Don Juan nordestino. Formando um par anticonvencional, os dois personagens assumem riscos em nome de sentimentos intensos.

 

Para Sandra Nitrini, que assina o posfácio, a fidelidade de Osman Lins à busca de uma expressão própria na ficção, decorrente de uma recusa à cômoda retomada do já conquistado e de uma fé inabalável no poder criador da palavra, foi reconhecida e admirada pela crítica brasileira e estrangeira. Mas o autor ainda é pouco difundido. “O reaparecimento desta obra é especial porque [...] revela um aspecto decisivo de sua personalidade literária e cultural no sentido de procurar dar o melhor de si, mesmo na esfera que, a rigor, não é a de sua preferência.”, escreve.

 

Dividida em três atos e ilustração de capa do artista Antônio Poteiro, Lisbela e o prisioneiro é uma comédia de caracteres, na qual cada personagem interpreta peculiaridades da sociedade em geral. Na obra repleta de referências nordestinas, Osman Lins reflete satiricamente os usos e costumes da própria época. Modelo do ideário do teatro tradicional, a peça é ideal para quem busca uma leitura divertida e de entretenimento, mas também para aquela pessoa mais exigente, que busca os diferentes níveis de significação que o clássico oferece.

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TRECHOS DO LIVRO

 

Leléu: Dona Lisbela, a senhora pra mim é a bandeira brasileira. Uma grande bandeira. Sabe que a bandeira grande só recebe o vento se estiver presa num mastro muito forte? Leleu Antônio da Anunciação é o mastro pra senhora.

 

Dr. Noêmio: Lisbela, vamos. Você é minha noiva, não deve opor-se às minhas convicções. As convicções do homem devem ser, optarum causa, as de sua esposa ou noiva.

 

Leléu: Quero ficar aqui, dê no que der.
Lisbela: Por que isso?
Leléu: Não quero ficar longe da senhora. A senhora é minha paz, dona Lisbela. Tudo isso que a senhora me diz não vale nada. O que vale é que a senhora está aqui.

 

Lisbela: Eu ia tentar. Ia tentar ser uma boa esposa pra você. Ia tentar até deixar de comer carne, ia tomar cuidado pra seu almoço de folhas não murchar. Mas ele havia dito que, no dia que mandasse o passarinho, eu devia espera-lo vestida de homem; E que, se ele chegasse antes, esperava por mim.

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FICHA TÉCNICA

Título: Lisbela e o prisioneiro

Autor: Osman Lins

Páginas: 128 p.

Preço: R$ 52,90

ISBN: 978-85-422-2137-4

Editora Planeta | Selo Tusquets

 

SOBRE O AUTOR

Osman Lins nasceu em Vitória de Santo Antão (PE) em 1924. Sempre envolvido com as artes nas suas mais variadas formas, foi jornalista, dramaturgo e escritor. Morreu em 1978, deixando uma vasta obra literária. Lisbela e o Prisioneiro foi sua primeira peça encenada, obtendo grande sucesso de público e de crítica. O texto foi roteirizado e transformado em filme por Guel Arraes em 2003, tornando-se um fenômeno no mercado cinematográfico brasileiro.

 

SOBRE O SELO TUSQUETS

Criado em 1969, na Espanha, e presente no Brasil desde 2016, Tusquets é o selo de ficção literária da Planeta. Publica autores como Alejandro Zambra, J.P. Cuenca, Camila Sosa Villada, Xico Sá, Marina Colasanti, José Eduardo Agualusa, Shusaku Endo, Javier Cercas, Marguerite Duras, Ferréz, Bob Dylan, Leila Slimani e Édouard Louis.

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