Durante
o evento da Fórmula 1, entre os dias 15 e 17 de novembro, a CPTM
ganhará um reforço muito especial para atender os turistas que
utilizarão a Linha 9-Esmeralda
para chegar ao Autódromo de Interlagos. Cerca de 100 refugiados,
imigrantes e conviventes do CTA (Centro de Acolhimento Temporário) vão
auxiliar e orientar os passageiros. O grupo é composto por bilíngues ou
poliglotas vindos de 34 países, incluindo o Brasil.
Intitulado
“Em SP habita o mundo”, o projeto da CPTM tem o objetivo de acolher
essas pessoas e inseri-las na cidade. Foi desenvolvido em parceria com a
Secretaria
Estadual da Justiça e Cidadania, por meio do Programa CIC (Centro de Integração da Cidadania),
e com a Secretaria Municipal de Turismo. Também tem
o apoio do Fundo de Solidariedade de São Paulo, que deu um kit de
roupas para cada um, além de empresas privadas que darão uma ajuda
financeira pela atividade realizada na CPTM.
A
integração do grupo com os colaboradores da CPTM começou no início do
mês, com os ensaios de dança para a gravação de um flashmob na Estação
da Luz, realizado
no último dia 7 (veja vídeo abaixo). Eles também conheceram o CCO
(Centro de Controle Operacional) e receberão treinamento até esta
quarta-feira (13/11) nas estações.
O
grupo atuará nas estações da Linha 9-Esmeralda e em estações
estratégicas como Luz e Aeroporto-Guarulhos. “Não tenho dúvidas de que
será uma experiência enriquecedora
não só para os refugiados e imigrantes, mas também para os nossos
colaboradores, que estão aprendendo e conhecendo um pouco mais sobre a
história dessas pessoas, que deixaram tudo para recomeçar a vida em São
Paulo”, comenta o presidente da CPTM, Pedro Moro.
Começar de novo
O
grupo vê o projeto da CPTM como uma oportunidade de ganhar visibilidade
e experiência para conseguirem emprego e começar uma nova vida. Os
integrantes possuem
qualificações diversas – alguns têm faculdade - e têm em comum a
situação de vulnerabilidade social.
Uma
delas é a palestina Batoul Alaa, de 32 anos, que estava morando no
Egito antes de vir para o Brasil há sete meses. Ela veio em busca de
algo que nunca teve:
cidadania. Farmacêutica, Batoul fala inglês fluentemente e está
aprendendo português. “Fico feliz de poder atuar nas estações com as
línguas que mais domino: o árabe e o inglês. É uma chance de conhecer
novos lugares e novas pessoas.”
Tieman
Coulibaly, 39 anos, é outro refugiado que está em busca de uma pátria.
Seu país, Mali (África), está em guerra civil desde 2012. Formado em
sociologia e
fluente em francês, espanhol e inglês, está desempregado e se agarra a
todas as oportunidades.
O
grupo também é composto por imigrantes em busca de melhores condições
de vida. É o caso do jovem casal peruano Erick Lara, 24 anos, e Juanna
Pacheco, 19 anos.
Ele precisava de português para terminar a faculdade de Tradução e
Interpretação no Peru e trouxe a esposa, que cursava faculdade de
Direito. Aqui no Brasil, tiveram um bebê e agora têm o sonho de
conseguir uma bolsa para ambos terminarem os estudos.
O
colombiano John Cortes, 40 anos, também veio atrás de emprego para
enviar dinheiro para a mãe e o filho que ficaram na Colômbia. Até agora,
não teve muitas vitórias
no Brasil. Trabalhou numa padaria em Ribeirão Preto e não recebeu e
ainda teve documentos e celular roubados. Com o projeto da CPTM, está
mais otimista.
Tem
também um brasileiro autodidata que fala cinco idiomas (alemão, inglês,
italiano, francês, espanhol). Claudio Matosinhos, 47 anos, vive há um
ano no Centro Temporário de Convivência.
Devido à problemas de infância e com a família, acabou perdendo tudo
que tinha e agora luta para recomeçar. Com tantos idiomas na bagagem,
Claudio receberá os passageiros na Estação Aeroporto-Guarulhos.
É
com essa energia positiva e de recomeço que os refugiados, imigrantes e
brasileiros que vivem nos CTAs receberão os passageiros de braços
abertos durante o evento
da Fórmula 1.
Sobre o CIC
Desde
2014, o CIC do Imigrante, programa da Secretaria da Justiça e
Cidadania, realiza ações para promover a inserção dos imigrantes e
refugiados
no mercado de trabalho. O espaço oferece inúmeros serviços, que incluem
elaboração de currículo, orientações de acesso à educação, à saúde e ao
trabalho formal, regularização migratória, entre outros.
A unidade disponibiliza cursos de português e profissionalizantes (estamparia, escola de moda, bioconstrução e gastronomia).
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