Após
reunir amigos, família e leitores no Rio de Janeiro, Andréa Pachá
estará em Recife no dia 28/02, terça-feira, para o lançamento da edição
comemorativa de dez anos de A vida não é justa. Dessa vez, o evento será na livraria Leitura do shopping Rio Mar,
a partir das 19h. Antes da sessão de autógrafos, a autora participará
de um bate-papo com o escritor e acadêmico José Paulo Cavalcanti Filho.
Uma década após o lançamento de seu primeiro livro de crônicas, a desembargadora sentiu a urgência de escrever novos textos, que dessem conta das muitas transformações sociais, políticas, econômicas e afetivas no Brasil. Desse desejo nasceu a nova edição de A vida não é justa, como uma afirmação da vida apesar da barbárie destes novos tempos. A obra, que já inspirou série de televisão, chegou às lojas em dezembro, com novas crônicas e depoimentos ficcionais.
“Tanto as mudanças boas quanto as ruins, tanto as transformações humanas quanto as pós-humanas vieram para ficar. A fragmentação e a fragilidade das relações afetivas, em um país tão desigual quanto o Brasil, é uma realidade sem retorno. Daí porque é importante olhar para a realidade com coragem e curiosidade, evitando que os faróis se voltem para o passado e não projetem o futuro”, avalia Andréa.
A obra une as crônicas da primeira edição a textos e depoimentos ficcionais inéditos, que refletem as mudanças vertiginosas ocorridas na sociedade em um período tão curto. São histórias de perplexidade, muitas sem respostas. Algumas dão voz às mulheres, grupo que mais sofre com a escalada do ódio e da misoginia. Já a intolerância religiosa aparece no relato da mãe que corre o risco de perder a guarda da filha após ser injustamente denunciada por uma professora neopentecostal. A educadora proibiu a aluna de usar turbante na escola após realizar um ritual no candomblé e acionou o conselho tutelar. “Eu só queria que eles ouvissem a Naiara. Ela é do candomblé porque quer. É escolha dela (...) não aguento ver Naiara com medo de ir para a escola, com vergonha de usar o turbante que ela adora. Ela só tem treze anos”, lamenta a mãe, Flávia.
Dessas novas reflexões, três histórias estão relacionadas à pandemia de covid-19 — período em que o desalento ficou ainda mais evidente. Entre elas, a de Carla, que viu seu marido ser contaminado pelo negacionismo propagado nas redes sociais a ponto de ela não reconhecer mais a pessoa com quem se relacionava havia dezenove anos. A mudança foi progressiva e culminou com a compra de uma arma — a gota d’água para a inevitável separação. Estava em jogo a guarda compartilhada do filho com o pai, que se recusava a tomar a vacina e usar máscara.
A crônica revela as consequências nefastas do discurso de ódio propagado nos últimos anos na vida de muitos brasileiros. “Como Carla, eu também vinha acompanhando os estragos que os descaminhos da política e das redes sociais provocavam na sociedade. Nas famílias, parentes e afetos se desfaziam pela insistência de publicações mentirosas em grupos de WhatsApp e pela apropriação de palavras, para fazê-las representar exatamente o oposto daquilo que significavam. Liberdade, ética e verdade eram as palavras mais maltratadas nesse cenário que se anunciava”, revela a autora.
Como uma espectadora privilegiada, Andréa Pachá presidiu milhares de audiências que envolviam divórcio, pensão alimentícia, guarda e partilha de bens. Depois de todos esses anos de reflexões e histórias, a magistrada oferece um conjunto de crônicas que trazem toda a diversidade das experiências humanas quando o assunto é família.
Uma década após o lançamento de seu primeiro livro de crônicas, a desembargadora sentiu a urgência de escrever novos textos, que dessem conta das muitas transformações sociais, políticas, econômicas e afetivas no Brasil. Desse desejo nasceu a nova edição de A vida não é justa, como uma afirmação da vida apesar da barbárie destes novos tempos. A obra, que já inspirou série de televisão, chegou às lojas em dezembro, com novas crônicas e depoimentos ficcionais.
“Tanto as mudanças boas quanto as ruins, tanto as transformações humanas quanto as pós-humanas vieram para ficar. A fragmentação e a fragilidade das relações afetivas, em um país tão desigual quanto o Brasil, é uma realidade sem retorno. Daí porque é importante olhar para a realidade com coragem e curiosidade, evitando que os faróis se voltem para o passado e não projetem o futuro”, avalia Andréa.
A obra une as crônicas da primeira edição a textos e depoimentos ficcionais inéditos, que refletem as mudanças vertiginosas ocorridas na sociedade em um período tão curto. São histórias de perplexidade, muitas sem respostas. Algumas dão voz às mulheres, grupo que mais sofre com a escalada do ódio e da misoginia. Já a intolerância religiosa aparece no relato da mãe que corre o risco de perder a guarda da filha após ser injustamente denunciada por uma professora neopentecostal. A educadora proibiu a aluna de usar turbante na escola após realizar um ritual no candomblé e acionou o conselho tutelar. “Eu só queria que eles ouvissem a Naiara. Ela é do candomblé porque quer. É escolha dela (...) não aguento ver Naiara com medo de ir para a escola, com vergonha de usar o turbante que ela adora. Ela só tem treze anos”, lamenta a mãe, Flávia.
Dessas novas reflexões, três histórias estão relacionadas à pandemia de covid-19 — período em que o desalento ficou ainda mais evidente. Entre elas, a de Carla, que viu seu marido ser contaminado pelo negacionismo propagado nas redes sociais a ponto de ela não reconhecer mais a pessoa com quem se relacionava havia dezenove anos. A mudança foi progressiva e culminou com a compra de uma arma — a gota d’água para a inevitável separação. Estava em jogo a guarda compartilhada do filho com o pai, que se recusava a tomar a vacina e usar máscara.
A crônica revela as consequências nefastas do discurso de ódio propagado nos últimos anos na vida de muitos brasileiros. “Como Carla, eu também vinha acompanhando os estragos que os descaminhos da política e das redes sociais provocavam na sociedade. Nas famílias, parentes e afetos se desfaziam pela insistência de publicações mentirosas em grupos de WhatsApp e pela apropriação de palavras, para fazê-las representar exatamente o oposto daquilo que significavam. Liberdade, ética e verdade eram as palavras mais maltratadas nesse cenário que se anunciava”, revela a autora.
Como uma espectadora privilegiada, Andréa Pachá presidiu milhares de audiências que envolviam divórcio, pensão alimentícia, guarda e partilha de bens. Depois de todos esses anos de reflexões e histórias, a magistrada oferece um conjunto de crônicas que trazem toda a diversidade das experiências humanas quando o assunto é família.
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A VIDA NÃO É JUSTA: EDIÇÃO COMEMORATIVA DE 10 ANOS, de Andréa Pachá
Editora Intrínseca
Páginas: 224
Livro impresso: R$ 59,90
E-book: R$ 39,90
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