Grandes economistas revelam bastidores da política econômica e de sua formulação
Com
o fim da ditadura militar, um grupo de jovens economistas formado nas
melhores universidades do Brasil e do exterior assumiu um papel de
protagonismo na formulação das políticas públicas no mais alto nível do
Estado brasileiro. Inicialmente, o foco desses estudiosos da nossa
realidade (entre eles, Edmar Bacha, Pedro Malan, Pérsio Arida e Gustavo
Franco) foi o combate à hiperinflação. Com a estabilização da moeda,
sucessivas gerações de talentosos economistas (como Marcos Lisboa,
Bernardo Appy, Ana Carla Abrão e Paulo Tafner) se voltaram também ao
aumento da produtividade dos setores público e privado, à modernização e
ao combate à desigualdade, entre outros temas vitais para a realização
do sonho de uma nação mais justa, próspera e dinâmica. A Arte da política econômica
é o relato pessoal e original de trinta desses brasileiros que ajudaram
a formular algumas das políticas públicas mais impactantes da nossa
história moderna.
Os autores não só relatam suas experiências, dificuldades e realizações,
como compartilham um rico aprendizado sobre as estratégias mais
eficazes para navegar o território acidentado do setor público
brasileiro. Pois, como vários deles observam, o maior desafio não está
na formulação de políticas capazes de desatar os nós do nosso
desenvolvimento, mas em conseguir a sua implementação. A transmissão
para novas gerações de economistas e servidores desse saber de valor
inestimável é uma expressão do espírito público dos autores e um dos
atributos singulares de A Arte da política econômica.
Com organização de José Augusto C. Fernandes, os textos reunidos no
e-book são versões editadas e ajustadas dos depoimentos dados ao podcast
A arte da política econômica, uma iniciativa do Instituto de Estudos de
Política Econômica/Casa das Garças. Alguns autores incluíram novos
trechos e Pedro Malan escreveu um posfácio original para o e-book. No
prefácio, Edmar Bacha, um dos idealizadores e atual diretor da Casa das
Garças, atesta os imensos desafios que os participantes do projeto
enfrentaram em suas trajetórias profissionais no serviço público: “Num
governo democrático não basta ser modesto e competente. É preciso saber
unir a técnica à política (...) Entender os meandros do poder e avaliar
os limites do possível. Assumir liderança, mas principalmente negociar.
Persuadir sem impor. Formar equipes competentes e solidárias. Recuar
quando preciso, avançar quando se abrem as janelas de oportunidade.
Defender os ganhos obtidos com tanto empenho quanto na busca de novos
ganhos. Aceitar que no governo o ótimo é, com frequência, inimigo do
bom. Exercer, enfim, a Arte da Política Econômica.”
|
0 Comentários